as horas extraordinárias

«bem fiz em ter por necessárias as horas extraordinárias.», sérgio godinho

Archive for Abril 2009

a minha vida dava um jingle. #13

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Sinto tudo e faço de conta que não. Sinto todos e, nessa obsessão de sentir o que me despertam, me divido de me sentir a mim. Sou de uma sensibilidade que não quis ter e que me custa, agora, perder: um bruto vidrinho de cheiro em que não me escolhi tornar. 

Os sentimentos – bons ou maus – despertam-me a atenção. Se camuflados fazem-me sorrir. Tal e qual sorrio, (in)ternamente, pelos tiques de linguagem que, ao estilo da febre contagiosa, atravessam o ar mais rápido do que o fumo de cigarro numa sala. E tudo isto está mais relacionado do que aparenta. Pelo menos, foi assim que hoje o senti.

[“I feel it all”, por Feist ]

Written by Cláudio Vieira Alves

30/04/2009 at 11:00

é um bocado porco…

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… falar-se tanto de gripe suína.

Written by Cláudio Vieira Alves

28/04/2009 at 17:59

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o meu baú de recordações é um tesouro. #01

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No que diz respeito à Matutano esqueçam-se os Tazos, os Matutolas, as Caveiras Luminosas ou a joalharia (da qual recordo com saudade as argolas coloridas de plástico que algumas jovens, orgulhosamente, exibiam). A verdade – e aceitem-no!, geração mais recente – é que o brinde que catapultou a Matutano e que não será esquecido é o Pega-Monstro.

 

Pega-Monstros, o brinde da Matutano.

Pega-Monstros, o brinde da Matutano.

Ora, já ouvi narrativas de meus contemporâneos afirmando ter atirado isto a folhas de papel, paredes, comida, tecto, vidros, quadros da escola, etc. Eu, na realidade, reconheço e questiono-me: existirá algum sítio onde eu não terei eu colado o raio do pega-monstro? Desde a escola até casa todo eu deixava um rasto da gordura característica que os pega-monstros deixavam. A meio da manhã já contava o tempo para a campainha soar, sabendo que o intervalo iria libertar-me, podendo lavar o pega-monstro. Fiel brinquedo, o Pega-Monstro, que depois de um pouco de água (e com sabonete a fórmula resultava ainda melhor) voltava a colar como se tivesse acabado de sair do pacote de batatas fritas.

Posteriormente, já na minha juventude, a Olá reeditou – oferecendo-os juntamente com os seus gelados de gama infantil: epá, perna de pau, minimilk, etc – os pega-monstros. Porém, permitam-me o trocadilho, a moda não voltou a pegar. A não ser com alguns revivalistas que, já na Faculdade, insistiam em brincar com aquilo. Não, não falo de mim. Sério que não. Foi um amigo meu. Que eu conheço.

Olha, ele vai ali. Pronto, tenho que ir. Juro. Não era eu.

Caraças!

Chatos! Sim, era eu, mas foi só umas vezes. Recorde-se, pois, o anúncio televisivo para ajudar a lembrar, também, a antiga imagem institucional da Matutano.

[Vídeo: Anúncio dos Pega-Monstros da Matutano. ]

Written by Cláudio Vieira Alves

28/04/2009 at 17:51

«fingi que estudei engenharia.»

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(quase 1 mês depois, esta continua a ser a reacção.)

Tanto por lá passei que, por muito que as palavras até nem me faltassem, seriam demais para enumerar aqui.

Acabou o fingimento.

Acabei, caraças!

Written by Cláudio Vieira Alves

27/04/2009 at 14:37

Publicado em textos soltos

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do alto do outdoor, como rainha da sedução, entra-lhe pela fantasia em roupa interior.

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Ele: Por dia, vejo mais vezes a Helena Coelho semi-despida do que vejo a minha namorada.

Written by Cláudio Vieira Alves

25/04/2009 at 04:31

porto, a cidade assombrada.

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Rui Rio, actual Presidente da Câmara Municipal do Porto.

Rui Rio, actual Presidente da Câmara Municipal do Porto.

«A candidatura de Rui Rio ao terceiro e último mandato à frente da Câmara do Porto foi hoje anunciada pelos presidentes das concelhias do PSD e CDS/PP que reeditam a coligação iniciada há precisamente oito anos.», via Público.

Written by Cláudio Vieira Alves

24/04/2009 at 17:39

sopram acordes bem melhores na música portuguesa.

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Os doismileoito são, provavelmente, uma boa revelação da música portuguesa em dois mil e nove – este trocadilho é tão fácil quanto deverá ser repetitivo. Certamente, este trio de músicos da Maia enfrenta-o diariamente.

Capa do álbum homónimo dos "doismileoito".

Capa do álbum homónimo dos "doismileoito".

O primeiro álbum é etiquetado com o mesmo nome da banda e se fosse preciso colocá-lo num saco mereceria, claramente, o seu lugar no saco das boas novidades da música portuguesa. O rock dos doismileoito soa bem. Logo! Soa nosso e, ao mesmo tempo, soa ao que de melhor se faz no rock internacional. É possível? Pois, claro que sim – eles conseguiram-no.

No processo de audição deste álbum não existe uma necessidade de desconstruir a música para depois apreendê-la. Sem sombra para dúvidas, tudo encaixa bem para quem, tal como eles, formatou o ouvido na adolescência para os Nirvana e Smashing Pumpkins e soube crescer com eles. Para quem busca isto e outro tanto, encontra neste álbum – que é, assumidamente, uma mistura de sonoridades que apetece prender no leitor de CD em modo repeat all –  todos os pormenores sonoros e líricos que evitam que as músicas, como a “Chiclete” dos Táxi, se deitem fora.

Na realidade, no final desta década, têm-se revelado excelentes músicos de rock que elegem – finalmente! – a língua portuguesa como o veículo de transmissão da sua mensagem. Esta escolha linguística obrigou, como tem sido claro, a uma melhoria das líricas reflectindo, também, a melhoria das músicas, como peças: um todo. Acredito que hoje os grupos mais jovens são mais maturos no seu posicionamento para o mercado nacional. Percebem que o sonho de ir além-fronteiras não é bloqueado, nem desajustado, por escolherem cantar em português. Actualmente, o rock português é mais patriótico do que nunca e mais do que músicas do momento para mastigar e cuspir fora, há uma mensagem que se procura passar.

Os doismileoito, peixe:avião, Os Pontos Negros, Linda MartiniOs Golpes e outras bandas de rock português que estão na calha para lançarem os seus discos, permitem que hoje se transpire mais música cantada e, como costumo dizer, tocada em português. Principalmente tendo em conta  que, há pouco mais de 10 anos atrás, os Clã e os Ornatos Violeta escolhiam cruzar essa porta do rock português que estava escancarada e esquecida desde a explosão no início dos anos 80.

O videoclip de “Bem Melhor 12200074” fica por aqui: a abrir o apetite para o concerto de encerramento da digressão dos doismileoito.

O concerto é hoje, 24 de Abril de 2009, no Tertúlia Castelense (Maia) pelas 23 horas, e o custo do ingresso é de € 5. Fortemente recomendável!

[Vídeo: “Bem Melhor 12200074”, por doismileoito ]

Written by Cláudio Vieira Alves

24/04/2009 at 16:09

eu era ganhar o euromilhões: só para chatear dois ou três indivíduos. mas, depois, falta-me a combinação premiada.

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«Manuel Alegre criaria um novo partido para “dar uma lição” aos existentes. (…) Mas, depois, mais a frio, falta-lhe alguma “vontade política, disponibilidade de tempo e dinheiro”.», via Público.

Written by Cláudio Vieira Alves

24/04/2009 at 14:25

assim é fácil demais.

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Entrevista a José Sócrates, na RTP.

Entrevista a José Sócrates, na RTP.

A entrevista ao Primeiro-Ministro José Sócrates, conduzida por Judite de Sousa e José Alberto Carvalho, foi fácil. Desiludiu na sua condução e soube a pouco.

José Sócrates, um peixe ágil dentro de água no que à comunicação diz respeito, no seu modo contundentemente agressivo, mas perspicaz, geriu o tempo e as perguntas de um modo assinalável. Uma preparação que até assusta de tão fluída que é.

Retire-se toda a mediatização do que, provavelmente, amanhã surgirá na imprensa escrita como manchete: “divergências institucionais” com Presidente da República; Freeport e o desabafo relativo à TVI . Se, com atenção, se observar as respostas políticas relativas aos investimentos públicos, Sócrates explicou, com facilidade mas menos profundidade do que gostaria (indicar a consulta de sites, perante perguntas directas, soou-me deselegante), aquilo que já o ouvimos no Parlamento enumerar: são estas as suas medidas anti-crise e a estratégia eleitoral que tem liderado. Enumerou-as, repetindo, a sua visão de custo vs. benefício, seus horizontes de modernização e combate do desemprego. Mais do mesmo sem surpreender, portanto. E nada de novo.

Apesar de esta ser uma entrevista em pleno ano de eleições e perante uma verdadeira recessão – cujos contornos e implicações imprevisíveis, na realidade, ainda se desconhecem – os entrevistadores fizeram dela uma entrevista morna de meio de mandato, permitindo a Sócrates pintar-se a si mesmo da forma que mais lhe convém. Explorou-se numa hora, repetidamente, os assuntos do costume e para os quais uma entrevista pouco acrescentou. A opinião, generalizada na imprensa, no rescaldo desta entrevista segue o mesmo rumo e aborda, apenas, o que vende proporcionalmente ao que cansa.

Sem uma comunicação social preparada, organizada ou capaz, bem como com o maior partido de oposição política mergulhado numa crise de identidade e liderança, o conflito de ideias corre o risco de ser varrido para fora da agenda política.

Written by Cláudio Vieira Alves

22/04/2009 at 05:37

na tvi antevê-se: produção de uma nova novela.

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«Colocou em causa o trabalho sério, rigoroso e fundamentado de toda uma equipa de jornalistas de um jornal da TVI que é o mais visto de todas as televisões portuguesas. Tentou tirar credibilidade à seriedade e rigor do jornal mais visto e mais procurado pelos portugueses. Não vai conseguir e vai responder em tribunal.», via Público

Written by Cláudio Vieira Alves

22/04/2009 at 04:50

a minha vida dava um jingle. #12

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Nem sempre se pode ter tudo. Demoramos a aceitá-lo, e ainda bem.

Peço um tempo: uma pequena paragem para pensar e perceber porque é que nos venderam a vida assim. Invoco, eu que até fujo dos anglicismos, um “slow motion”. Não fujo à regra e acredito que se a nossa vida fosse narrada em filme, tudo nela era mais aceitável e justificável.

Escuto os coros e percebo – nesse tom simples e pouco paternal que a música consegue ter – a linguagem universal de uma vida, que não cruzando os braços nem desistindo, é feita à desgarrada.

[ “You can’t always get what you want”, por The Rolling Stones ]

Written by Cláudio Vieira Alves

21/04/2009 at 16:50

o teclista danado para a brincadeira.

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[ Vídeo: “Viski Coca-Cola”, por Erdjan ]

Written by Cláudio Vieira Alves

21/04/2009 at 16:32

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conversas na escolha de um portátil.

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Ele: Estes novos Macs são muito bonitos, não achas?
Ela: Sim, são. Pequeninos e engraçados.
Ele: Mas não podemos comprar isto. Sabes?!
Ela: Não! Porquê?
Ele: Temos é que nos agarrar à Microsoft e dar-lhes dinheiro. Porque é o Bill Gates que inventa tudo – a Macintosh só copia.

Written by Cláudio Vieira Alves

21/04/2009 at 01:56

conversas de sapataria.

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/* som ambiente: “Nothing Else Matters”, dos Metallica */

Funcionária: Esta música é mesmo fixe não é? Eleva as pessoas de uma maneira…
Funcionário: Ahm? O quê?
Funcionária: Tu não sentes uma aura à tua volta?
Funcionário: (silêncio e olhar assustado)

Written by Cláudio Vieira Alves

21/04/2009 at 01:49

o meu baú de recordações é um tesouro. #00

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Inicio, hoje, mais uma rubrica que – já há uns tempos – me apetece fazer. E ninguém por aqui, certamente, será contra.

Sou, assumo-o, o homem de memória mais curta à face da Terra desde Adão – famoso por ter esquecido qual era, mesmo, o fruto proibido. Ou seja, nesta linha de raciocínio e a ter em boa conta a história Bíblica serei, precisamente, o segundo homem mais esquecido de sempre.

Serei forçado a concordar convosco: a escolha de uma rubrica assente na minha memória poderá resultar em algo, no mínimo, contraproducente. Porém, é inegável que o meu baú de recordações – por muito que o volume deste se exiba reduzido – seja um tesouro partilhado pela minha geração. E que apetece, cada vez mais, relembrar e narrar.

Para tal, agradeço as contribuições dos que por aqui passam e que o poderão fazer por e-mail e twitter – ligações na barra do lado – ou na caixa de comentários. Façam deste, também, o vosso espaço.

A primeira escolha recai sobre o anúncio da famosa caneta BIC.

Dois produtos: BIC Laranja e BIC Cristal, publicitados com uma originalidade que ultrapassa os 20 segundos do anúncio televisivo. Mais do que a imagem do anúncio, com a sua musicalidade, este tornou-se um dos spots mais cantados dos anos 80 e início dos anos 90.

[ Spot Publicitário BIC ]

Written by Cláudio Vieira Alves

18/04/2009 at 15:30