Archive for Dezembro 2010
discos que vão para além de 2010. (i)
Depois de quatro discos de originais, e no ano em que Tiago Cavaco enterra 10 anos de carreira de Tiago Guillul, o pregador-cantor que criou a FlorCaveira editou no início do Verão de 2010 o “V”.
O disco, numa edição em duplo formato: CD e LP, rapidamente apanha o ouvinte pelo seu tom bem disposto pintado em tons de areia, pelas líricas despretensiosas e pelas frases musicais coladas em camadas e que se agarram ao céu da boca. A matéria-prima deste quinto longa-duração foi despejada lá para dentro com cantores da música portuguesa que vão do Rui Reininho ao Joaquim Albergaria, passando pelo Samuel Úria, com muitos dos intrumentistas da FlorCaveira (como é o caso de Os Pontos Negros) e com histórias para todos as temáticas — política, família, rock de garagem, religião, etc. Ainda, a produção mais cuidada onde existe uma clara opção de abandono do lo-fi — presente na sua discografia, por exemplo, até ao anterior “IV” — permite empacotar todo o disco como mais perceptível e, neste contexto, mais valioso.
É, para mim, o principal disco da carreira de Guillul, uma importante e diferente visão de como fazer rock popular português, um conjunto de boas canções e, declaradamente, parte integrante da minha lista dos melhores de 2010.
[ Vídeo: “São sete voltas p’rá muralha cair”, por Tiago Guillul (com joaquim albergaria) ]
um vídeo por dia, nem sabe o bem que lhe fazia. #28
O tempo é de boa disposição, o tempo é de festas, o tempo é de debates presenciais. E eu?, há tanto tempo não pespego aqui um vídeo com o Cavaco? Nesta mensagem de Natal do Sr. Silva — musicalmente remisturada por Rui Unas — considerem que levam a Maria de presente. Presépio feliz, não?
[ Vídeo: “Mensagem de Natal do Presidente da República”, versão de Rui Unas/Última Ceia ]
as mezinhas caseiras e as cores na tabacaria.
As habituais gripes e constipações da época invernal recordo que, em casa dos meus Pais, curava com xaropes caseiros de cenoura misturada com acúcar amarelo, chás e alguma pachorra. Filho de um Pai asmático e com uma irmã que passou a infância a correr para o Hospital para receber oxigénio, os meus breves e sazonais episódios de vias respiratórias obstruídas sempre foram tratados domesticamente, e muito bem, como coisa miúda.
Hoje, na ânsia de ultrapassar com maior celeridade a sinfonia de tosse ou abrandar a febre que me faz ferver o sangue, não abdico de uma boa caixa de ben-u-ron antes de utilizar a fórmula do leite a ferver com um pouco de whisky — receita que, ao longo dos anos, alterei por aguardente velha e/ou cognac. No que respeita à via respiratória, e para acalmar a tosse, troco o fiel Português Amarelo pelo velhinho SG ultra-light — hoje chamam-lhe SG platina — e somo-lhe um pacote de rebuçados, o que resulta num simples pedido colorido ao homem da tacabacaria: “Um pacote azul de Halls e dois SG dos cinzentos.”
as festas das boas dão-se. mas, principalmente, fazem-se.
A todos, mas principalmente para nós/vós, um Bom Natal.
[ Música: “Dia de Natal”, de B Fachada ]
Desejo, profunda e sinceramente, que o Natal nos trate bem e que nele se renove a força para fazermos do próximo ano aquele em que, no mínimo, se vai espelhar o nosso empenho.
De resto: rir dos Pais Natais e mandá-los lixar já não vai nada mal de prenda.