Archive for Março 2011
um vídeo por dia, nem sabe o bem que lhe fazia. #37
Eu, que nunca (e faço um mea culpa por isso) coloco vídeos relativos a futebol, não fico imune a este pedaço de bom humor.
Paulo Futre, num debate para as Eleições do Sporting, conseguiu que, nos últimos dois dias, esta fosse das poucas declarações públicas com piada. Fica a minha humilde dica a Pedro Passos Coelho para que, a julgar pela falta de ideias apresentadas na última entrevista, recorra a homens com inovações frescas como as que aqui Futre apresenta.
É ver, e ouvir, principalmente a partir dos 2min30seg..
[ Vídeo: “Declarações”, por Paulo Futre ]
É que, com aquela do “departamento do jogador chinês”, qualquer um fica sem palavras.
o muro quebrado como um conto musical.
É hoje e amanhã (21 e 22 de Março) que o Pavilhão Atlântico, em Lisboa, comemora num concerto orquestrado por Roger Waters, quer os 30 anos decorridos sobre o lançamento do disco “The Wall“, quer o concerto emblemático em que Roger Waters derrubou um pedaço do muro de Berlim, em 1990. É justo que seja pela mão de Waters que o espectáculo nos chega já que “The Wall” respira Roger Waters por todo o lado: desde a concepção de praticamente todas as melodias e letras do disco, passando pelo desenho da capa, e até à criação dos espectáculos. Tanto assim que “The Wall” é o único disco da discografia dos Pink Floyd do qual Waters detém absolutos direitos.
Felizmente que uns Pink Floyd, em 1979, apesar de financeiramente arruinados, tiveram a coragem de perante o seu enriquecimento criativo construir um disco que narrasse a história de “Pink” — uma criança que a sociedade maltratou e convidou a que construísse um “muro” à sua volta. Felizmente porque dificilmente, no período de concepção e gravação deste álbum, Roger Waters terá equacionado, ou vislumbrado para lá da sua obsessão criativa, as implicações e repercussões que as suas músicas teriam na influência do rock contemporâneo ou, mais ainda, a falta que este disco faria na história da música. Felizmente, também, porque editaram, dessa forma, o disco de rock mais próximo de uma ópera, ou de uma peça de teatro; que hoje, quer em disco, quer como espectáculo, sabemos ser incontornável.
Nestes dois concertos em solo português, que são o arranque da digressão europeia “The Wall Tour”, a reinterpretação daquele que foi essencialmente um concerto cénico, e onde o The Wall foi tocado de uma ponta à outra, vai garantidamente arrebatar — até porque agora, com ainda mais tecnologia, o perfeccionista Roger Waters pode levar a cabo aquilo que sempre pretendeu apresentar: um espectáculo pautada pela excelência.
O disco que nasceu antes de mim (e que descobri, a primeira vez, há 15 anos, no topo da gaveta de discos de um amigo dos meus Pais, enquanto procurava — sim, que a verdade é esta — discos dos The Cranberries) pareceu-me sempre algo a que nunca poderia assistir ao vivo. Enganei-me. Amanhã estarei no Atlântico para confirmar, em dois actos e ao longo de 3 horas, que estar enganado, tenho aprendido, pode ser das coisas mais bonitas nisto de se estar vivo.
[ Vídeo: “Another Brick on the Wall”, por Pink Floyd ]
o inglês e uma loja de conveniência em londres.
Percebi que o meu inglês é tão mau quanto o de eventuais interlocutores que possa encontrar numa loja de conveniência em Londres. Percebi-o quando tentava comprar pensos rápidos para umas feridas nos pés e, utilizando a marca registada pela Johnsons & Johnsons como “band-aid“, vi negado o conhecimento desse termo pelo meu destinatário da comunicação. Algures, num género de diálogo, o inglês perdeu-se de tal forma que, depois de ter explicado as utilidades do dito penso-rápido que pretendia adquirir, o marroquino da loja de conveniência acenava que tinha comprendido o que eu pretendia comprar, posteriormente apontando os frascos de vaselina que estavam expostos na prateleira junto ao tabaco e aos preservativos.
No meio disto tudo, e ao sair da loja sem ter comprado coisa nenhuma, acabei por me lembrar dos anúncios da EF International Language Centers e dessa coisa de se viver a língua.
[ Vídeo: “Live the language – London”, por EF International Language Centers ]
as baquetas de morello.
Quando o baterista Joe Morello integrou o quarteto de Dave Brubeck, em 1956, as experiências e invenções de novos ritmos de jazz ficaram enriquecidas. Foi, precisamente, pela invenção rítmica, criatividade e subtileza dos seus preenchimentos acústicos que Morello pautou a sua relação com a bateria e, dessa forma, registou o seu nome na história do jazz. Adjectivos que também explicam que, ao longo da sua carreira, tenha acabado por se sentar na bateria para gravar 120 discos — dos quais 60 foram, precisamente, com Brubeck.
Apesar de algumas dificuldades relacionadas com a visão gravou, já na dita terceira idade, vários discos, fartou-se de dar concertos, deu palestras, escreveu livros sobre como tocar bateria e gravou vários DVD com lições de bateria onde partilhava as dicas para o seu estilo inconfundível.
Morreu a 12 de Março deste ano — com 82 anos — na sua casa em New Jersey.
Na memória das suas baquetas ficam-nos belíssimos clássicos como Take Five ou, por exemplo, Sounds of the Loop.
[ Vídeo: “Sounds of the loop”, por The Dave Brubeck Quartet ]
um vídeo por dia, nem sabe o bem que lhe fazia. #36
A publicidade televisiva, um dos canais de comunicação instituídos para o marketing, apresenta demasiadas vezes factos deturpados e manipulados para que o produto a sugerir ao consumidor se apresente como a melhor alternativa. É assim das pastas de dentes até às pastilhas anti-calcário e aos detergentes de louça. No caso da publicidade institucional, na maioria dos casos, a originalidade é pior ou nem existe — pelo que somos francamente convidados a fugir desses spots.
Contudo, nem sempre tem que ser assim. Tanto que, perante factos negativos e maus resultados que são conhecidos do grande público, a Topper — uma marca brasileira de produtos de desporto — pega nos resultados fracos de rugby no Brasil, no torneio sul-americano, e associa-os com humor a um bom exemplo de publicidade. O humor é, como todos os consumidores o percebem, uma das mais velhas fórmulas da publicidade que, quando bem feito, resulta na perfeição.
Abaixo. É espreitar estes 3 anúncios compilados num só vídeo.
[ Vídeo: “Rugby. Isso ainda vai ser grande no Brasil”, por Topler ]
todo o carnaval tem o seu fim.
É curioso que este pós-férias manifeste a mesma sensação de falta de cafeína que as segundas-feiras. A verdade é que estas férias de carnaval foram, apesar da curta duração, tão diversificadas e preenchidas que, desta vez, tenho mesmo que reclamar que o carnaval tenha seu fim. Mas, faço-o com o pretexto de citar declaradamente os brasileiros Los Hermanos — que, ao abrigo da sua nacionalidade, têm mais do que autoridade para falar de desfechos carnavalescos.
E “Todo Carnaval tem seu fim” é, dentro ou fora da época de folia, uma das minhas canções favoritas de sempre (o vídeo fica aqui, e a letra está ali).
[ Vídeo: “Todo Carnaval tem seu fim”, por Los Hermanos ]
é sexta-feira: o dia que eu mais queria ver chegar.
[ Vídeo: “6ª feira”, por Gimba ]
um vídeo por dia, nem sabe o bem que lhe fazia. #36
Se o mundo se divide entre os homens que privilegiam (i) as mamas, (ii) ou os rabos, eu teria que assumir uma principal predilecção pelas primeiras. Na realidade, não serei caso único — a julgar pela quantidade de blogues que se preocupam precisamente em documentar as diversas formas que, aos pares, populam este mundo. Mas, não sejamos pudicos, se a verdade é que os homens reparam e falam destas coisas, a verdade é que também as mulheres heterossexuais gostam de dar uma espreitadela em seara alheia.
Este assunto tem pano para mangas e é tanto assim que duas mulheres norte-americanas, com tanto de convencimento como de criatividade tecnológica, decidiram passear por Los Angeles com uma pequena câmara oculta presa, precisamente, a um dos seus rabos. Com efeito, gravaram algumas reacções interessantes que decidiram partilhar num pequeno vídeo. E, num género de serviço público, cá está ele.
[ Vídeo: Câmara oculpa, por Rear View Girls ]